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Renda fixa: Por que a Selic acima de 12% pode esconder um risco ao investidor, segundo CEO da Oliveira Trust

O Banco Central bateu o martelo e elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 12,25%. Nesse cenário, os investimentos em renda fixa ganham ainda mais destaque.

Para CEO da Oliveira Trust, que presta serviços para fiduciários de fundos de investimento e títulos de renda fixa, José Alexandre Freitas, isso também pode aumentar o risco para certas emissões.

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Em entrevista ao Money Times, o executivo afirmou que a taxa ótima para o mercado financeiro oscila entre 6% e 12% ao ano para a Selic, faixa que é interessante tanto para investidores quanto para tomadores de recursos.

Contudo, acima de 12%, os emissores de maior qualidade tendem a optar por captar recursos no exterior, onde os custos são menores, “enquanto empresas de médio porte assumem maior protagonismo, elevando os riscos e exigindo estruturas mais complexas para garantir segurança aos investidores”.

Mesmo assim, isso não afeta a companhia. A empresa, que também fiscaliza devedores, garantidores e estruturas das operações, trabalha com contratos de longo prazo, que geralmente têm duração de cinco a dez anos, o que, segundo o CEO, cria um colchão de estabilidade.

“Nosso estoque atual é de R$ 1,5 trilhão, um volume robusto que nos proporciona segurança e continuidade, mesmo em cenários desafiadores”.

Do montante operacional da Oliveira Trust, cerca de 95% está relacionado à renda fixa. “Com a Selic subindo para patamares superiores a 10%, a cada R$ 10 investidos, R$ 8 vão para a renda fixa e R$ 2 para a variável. Em alguns momentos, esse número chega a 85% para renda fixa”, diz.

“Nossos resultados acompanharam esse movimento. Crescemos na proporção do mercado em alguns produtos e aumentamos market share em outros, gerando resultados expressivos”

Até outubro, o volume de emissões de renda fixa superou o dobro do registrado no ano passado, com crescimento em debêntures, certificados de recebíveis imobiliários, certificados de recebíveis do agronegócio e fundos estruturados como os FIDCs.

Lucros da Oliveira Trust crescem

Atualmente, a Oliveira possui uma instituição financeira no grupo, a Oliveira Trust DTVM, e uma companhia aberta, a Oliveira Trust SA, que é a holding controladora.

No terceiro trimestre, a companhia reportou receita líquida de R$ 74,7 milhões, alta de 19%, e lucro de R$ 25,4 milhões, crescimento de 14%.

“Observamos que o mercado de crédito se firmou como um dos principais destinos para alocação de recursos. O cenário global incerto e as pressões fiscais locais reforçam a busca dos investidores por ativos de menor risco”, disse.

Para 2025, Freitas prevê que debêntures e FIDCs (fundos de investimentos em direitos creditórios) continuarão em alta.

“O CRI (certificados de recebíveis imobiliários) pode perder espaço devido ao custo elevado do financiamento imobiliário, enquanto o CRA (certificado de recebimento do agronegócio) tende a se recuperar após problemas de inadimplência no primeiro semestre”.


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